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Manifesto pela Didática da História.

Manifesto pela Didática da História
do
Centro Internazionale di Didattica della Storia e del Patrimonio - DiPaSt
Alma Mater Studiorum - Università di Bologna


A necessidade de conhecer para se orientar, para poder escolher e decidir em plena consciência, que atravessou todas as culturas e todas as gerações humanas, é hoje ampliada por uma aceleração sem precedentes nas mudanças de escala de valores, de comportamentos individuais e coletivos e de
contextos ambientais.
Para a conquista e regeneração contínua de uma efetiva liberdade de escolha, é essencial uma adequada formação cultural que a molde, e que, além do conhecimento, se oriente pelas competências que o permitam desenvolver de forma autónoma.
Embora constantemente seduzida por distorções e instrumentalizações, a história constitui uma componente fundamental da cultura, essencial para a orientação e a aquisição de cognição, consciência e responsabilidade, para se ser livre e autónomo nas escolhas atuais e futuras, para incentivar uma coexistência o mais ampla possível, respeitando a diversidade, para desenvolver a capacidade crítica necessária ao exercício do diálogo e do debate. Portanto, dadas as contínuas e rápidas transformações em curso, é essencial realizar investigação sobre as estratégias didáticas mais apropriadas para um ensino de História mais eficaz em todos os níveis de ensino, estabelecendo comparações no âmbito nacional e internacional.
Com este manifesto pretende-se evidenciar e partilhar o desafio de responder a novas necessidades formativas e de qualificar posteriormente a oferta educativa, impulsionando metodologias didáticas adequadas para estimular nos alunos a assunção de competências essenciais, divergentes, mas acordadas, tais como a de ativar uma atenção competente ao mundo no seu todo e a de desenvolver o sentido de pertença à própria terra através do conhecimento das suas raízes, da sua cultura e da sua história, para apoiar uma participação dedicada e responsável na vida da própria comunidade e no respetivo território, numa perspetiva de sustentabilidade. 
A História é o conjunto de factos que aconteceram (res gestae), ou seja, dos eventos e das mudanças que ocorreram desde o aparecimento da humanidade; o seu âmbito de estudo é, portanto, multidisciplinar, uma vez que inclui todos os aspetos das vivências humanas e dos fenómenos naturais que os afetam. O seu conhecimento está em contínua transformação pois é fruto da investigação e da reconstrução que os historiadores realizam ao interpretar as fontes, ou seja, os vestígios e os testemunhos transmitidos, e que foram reconhecidos e investigados. No entanto, os eventos, os fenómenos e os desenvolvimentos que os compõem são, em grande parte, desconhecidos pois as fontes disponíveis são mais raras à medida que recuamos no tempo. Apesar dessas limitações,
a densidade e a amplitude dos conteúdos da história conhecida permitem clarificar antecipadamente
as motivações, as finalidades, os métodos e os conteúdos que devem caracterizar o ensino e que papel
este deve desempenhar na formação escolar e permanente, pois está sempre presente o risco de que
esta seja novamente proposta com carácter teórico e transmissivo, ou seja, de um modo que a
disciplina não seja do agrado de uma grande parte dos alunos e que levou a que alguns professores e
muitos pais a considerassem de pouca utilidade no contexto formativo.
O mundo está em rápida mudança, levando todos os indivíduos e todas as comunidades a enfrentar
um ponto de viragem na História, em que cada escolha está destinada a afetar a qualidade de vida
das gerações atuais e futuras, e corre o risco de se tornar irreversível. Tendo em atenção estas
transformações contínuas e rápidas, é essencial que no percurso curricular da formação escolar, a
aprendizagem da História tenha um papel importante no sentido de proporcionar maiores
possibilidades de orientação, uma consciência bem fundamentada das origens e das premissas das
realidades e dinâmicas hodiernas, uma efetiva capacidade de perceção, de crítica e de análise dos
processos evolutivos em curso, com as consequentes oportunidades de planear, o mais
conscientemente possível, o seu futuro individual e coletivo. Hoje, portanto, o ensino da História já
não pode limitar-se à busca de um conhecimento teórico estéril dos acontecimentos do passado, mas
deve visar sobretudo a compreensão do presente e a tomada de consciência responsável, com
capacidade de empenho motivado e profundo respeito pelas questões colocadas pela atualidade: o
problema cada vez mais eminente das alterações climáticas; o dos limites e dos desequilíbrios do
desenvolvimento económico e dos consequentes fluxos migratórios; o da convivência quer a nível
local quer internacional; o da igualdade de oportunidades de género e das minorias sociais e
culturais; o da legalidade com base nos códigos constitucionais e nos normativos promulgados a nível
nacional e internacional. Em suma, é necessário abandonar a visão tradicional do passado que
pretendia a aquisição de noções de forma predominantemente memorística e livresca e, em vez disso,
adotar, de modo sistemático, um percurso circular de ida e retorno, com enfoque na atualidade, para
conseguir motivações, questões e curiosidade, para encontrar premissas e desenvolvimentos na
história, e depois regressar ao presente mais documentado e consciente e, em última análise, mais
livre.

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 Manifiesto de la Didáctica de la Historia